Gordon Lindsay Entrevista William Branham
Tradução e Comentários
Diógenes Dornelles
Apresentação
James Gordon Lindsay e William John Ernest (Ern) Baxter foram os dois primeiros administradores as campanhas de reavivamento fé-cura realizadas pelo irmão Branham em 1946 após ter sido comissionado por um Anjo vindo da presença do Senhor que lhe disse que levaria um dom de cura para os povos do mundo.
Lindsay era natural de Zion, Illinois, e seus pais haviam sido discípulos de Alexander Dowie onsiderado o pai do reavivamento de cura na América. Influenciado por John G. Lake e Charles G. Parham começou a conduzir reuniões de evangelismo nas Assembléias de Deus e em outros grupos pentecostais. Após o fim da II Guerra Mundial tornou-se pastor em Ashland, Oregon até conhecer o ministério do irmão Branham três anos depois vindo resigna o seu cargo de pastor daquela igreja para e tornar seu administrador em 1947. Criou o jornal A Voz da Cura com o único objetivo de divulgar os testemunhos de curas ocorridos durante as campanhas. Porém em 1948, após o irmão Branham ter sofrido um forte colapso devido aos excessos de campanha vindo a ministrar até altas horas da noite, foi brigado a se afastar das campanhas por oito meses, o que para Lindsay foi um golpe terrível, pois até então só o que ele havia feito era se dedicar na divulgação das campanhas em seu jornal.
Como outros evangelistas de cura divina começaram a surgir devido a influência de William Branham, ais como Oral Roberts, T. L. Osborn, A. A. Allen e Jack Coe, Lindsay começou a destacá-los a fim de adquirir matéria para o seu jornal e dando prosseguimento ao seu ministério. A partir de 1956, Lindsay assou a promover cruzadas evangelísticas pelo mundo inteiro fundando mais tarde o ministério “Cristo ara as Nações” que existe até hoje. Escreveu mais de 250 livros. Faleceu em 1º de Abril de 1973.
Ern Baxter nasceu em Saskatchewan, no Canadá, e era de família presbiteriana. Após sua mãe ter ido batizada pelo Espírito Santo em um avivamento promovido por um ministro pentecostal escandinavo, Baxter aos 18 anos de idade influenciado por uma outra convenção acabou também sendo batizado pelo Espírito Santo e ouviu Deus lhe dizer: “Quero que você pregue Minha Palavra”.
Ao conhecer William Branham já como pastor, tornou-se a pedido do próprio profeta seu administrador, organizando campanhas dentro e fora dos Estados Unidos. Trabalhou com William Branham por sete anos retornando depois à sua igreja em Vancouver, no Canadá. Baxter também disse ter se separado do irmão Branham por diferenças doutrinárias.
Mais tarde Baxter veio a se tornar um influente conferencista mundialmente reconhecido, realizando grandes conferências para líderes e pastores na Austrália e Reino Unido. Era um pregador profundo e seu ministério era o de ensino. Acreditando no princípio do discipulado, tomou 12 homens, pastores, dando-lhes suporte e convertendo-lhes em seus auxiliadores nas viagens por ele promovidas. Fundou a Revista Vinho Novo que se tornou um dos principais veículos de divulgação de seu ministério. Faleceu em 1993 aos 79 anos.
A primeira entrevista aqui apresentada foi realizada pelo seu administrador Gordon Lindsay, em meados de Setembro de 1951, pouco antes de William Branham viajar para a grande campanha realizada na África do Sul. Na segunda entrevista é a vez do outro administrador, Ern Baxter ser o entrevistado, dando um belo testemunho das experiências vividas durante os dias em que trabalhou com o servo de Deus.
Diógenes Dornelles
Uma Entrevista Com o Reverendo Branham Por Gordon Lindsay
(Gravado pela Transcrição Elétrica)
PERGUNTA:
Irmão Branham, à luz dos recentes eventos mundiais, você crê que o julgamento do mundo está à mão?
IRMÃO BRANHAM:
Sim, eu creio. Creio que com uma paz incerta, e guerras e rumores de guerras, que o tempo de julgamento está próximo à mão.
PERGUNTA:
Você tem algum comentário a fazer sobre a situação na Coréia? [A Guerra da Coréia foi travada entre 25 de Junho de 1950 e 27 de Julho de 1953, opondo a Coréia do Sul e seus aliados, que incluíam os Estados Unidos da América e o Reino Unido, à Coréia do Norte, apoiada pela República Popular da China e pela antiga União Soviética. O resultado foi a manutenção da divisão da península da Coréia em dois países, que perdura até aos dias de hoje. Na época desta entrevista a guerra estava no auge. Na guerra coreana morreram cerca de três milhões e meio de pessoas. As fotos pertencem a este conflito – NT] Você acha que as condições do mundo estão indo de mal a pior, ou você acha que elas se esclarecerão, e teremos uma era de paz?
IRMÃO BRANHAM:
Eu não creio que teremos qualquer paz real até que Jesus venha. Àquele tempo, os reinos deste mundo se tornarão os reinos de nosso Senhor, e então haverá paz na terra. Até aquele tempo, eu não olho para qualquer paz, mas por tempos tornando-se pior e pior.
PERGUNTA:
É evidente que Deus tem usado você de uma maneira extraordinária na iniciação deste grande Reavivamento mundial de Salvação-Cura. Você crê que alguma coisa maior do que temos visto está a caminho?
IRMÃO BRANHAM:
Sim, eu creio, irmão Lindsay. Creio que coisas maiores estão adiante de nós. Eu verdadeiramente creio à luz da Palavra de Deus, que estamos próximos de algo maior do que alguma vez temos visto – uma repetição, eu diria, dos dias apostólicos, como está escrito “Quando o inimigo chegar como um dilúvio, o Espírito do Senhor levantará um bandeira contra ele (Isaías 55:19). Os dias estão ficando mais perversos, mas a igreja de Deus já está se aprontando.
PERGUNTA:
Você crê que há alguma necessidade para uma nova organização religiosa?
IRMÃO BRANHAM:
Não, irmão Lindsay, temos uma abundância de organizações religiosas. Algumas delas são de pessoas muito boas. Creio que muitas estão apoiadas em uma grande extensão sobre a Palavra de Deus. Eu realmente não creio que haverá outra organização bem-sucedida, pois creio que estamos vivendo no tempo do fim. Usando do velho Moisés com um tipo de organização a qual foi a lei, no recordamos que Moisés glorificou-se a si mesmo perante o povo ao invés de glorificar a Deus, e ele não recebera o privilégio de subir até Canaã com os filhos de Israel. Porém depois de Moisés veio Josué. Ele é um tipo deste grande reavivamento que está transportando a Igreja para a experiência da terra de Canaã. Josué é um tipo daquilo que está certo com a Igreja o tempo todo. Estas coisas têm estado com a Igreja, porém não reconhecido. Moisés foi tirado fora do caminho, e Josué levou os filhos de Israel para a Terra Prometida. Muitas das organizações hoje – eu não digo todas – têm tentado glorificar a si mesmas, e ver como poderiam adquirir mais membros, e criticar uns aos outros e proselitismos, etc. Hoje, Deus está tratando especialmente com indivíduos, chamando para fora de cada igreja, a verdade no coração, tornando-os prontos para entrar na Terra Prometida, pela contemplação dos sinais e maravilhas deste recente ministério que está indo adiante agora.
PERGUNTA:
Esta pergunta diz respeito ao seu ministério. Alguns têm relatado que você declarou que seu poder estava em sua mão esquerda. Sempre temos ouvido que você diz que Deus era o Curador, e que Deus meramente capacitou você para detectar a natureza das doenças através de sua mão esquerda. Isso é correto?
IRMÃO BRANHAM
Estou feliz em responder esta pergunta a você. Muitas vezes, isso tem sido mal compreendido e tem motivado as pessoas a pensar que havia alguma espécie de mágica em minha mão esquerda. Isso é um erro – não existe poder em homem algum para curar alguém. A cura foi comprada pela morte de Cristo no Calvário, do mesmo modo como Ele garantiu nossa salvação. A única coisa que os homens podem fazer no caminho da cura Divina é indicar as pessoas para a obra de Cristo no Calvário, e ajudá-las a adquirir fé para o que Ele já tem feito por nós.
Quando o Anjo do Senhor me encontrou, Ele não falou que eu teria poder em minha mão esquerda para curar pessoas. Se você verificar meu testemunho, você verá que Ele me contou que era para ser dado a mim uma comissão para orar pelo enfermo e conduzir esta mensagem a eles por todo o mundo.
Então quando eu questionei minha habilidade para fazer tanto, depois que Ele me havia dito que eu estaria orando por reis e estadistas e assim por diante, Ele me contou que dois sinais me seriam dados para vindicar meu ministério, como dois sinais foram dados a Moisés. Era para eu segurar as pessoas com a mão esquerda, e eu seria capaz de contar-lhes o que estava errado com elas. Isto tem sido grandemente mal compreendido por várias pessoas, que suporam que eu sinto algum poder de cura seguir através de minhas mãos. Isto é, certamente, um grande erro.
O Anjo também me contou que mais tarde deveria ser concedido a mim discernir os segredos dos corações das pessoas – dizer-lhes o que elas tinham feito em sua vida. Isto é Escriturístico, pois quando Cristo esteve na terra, Ele percebeu os pensamentos das pessoas, como foi o caso quando Ele encontrou Natanael, e a mulher no poço.
PERGUNTA:
Irmão Branham, o diabo sempre tem suas falsificações. O espiritualismo, o qual é obviamente do diabo, pretende revelar coisas ocultas na vida de uma pessoa, e talvez em alguns casos seja capaz de assim fazer. Não é verdade que a operação da Palavra de Conhecimento, e a operação do Dom de Discernimento de Espíritos, são para ser nitidamente distinguidos das manifestações de espiritualismo para aqueles que declaram pecado, não convertidos pelo sangue de Jesus, e que eles também alertam o indivíduo desatento de que ele deve servir Cristo com todo seu coração se ele deseja receber e conservar sua cura? Isto não é uma coisa muito diferente do espiritualismo?
IRMÃO BRANHAM:
Sim, irmão Lindsay, isso é muitíssimo diferente do espiritualismo. Se voltarmos atrás ao Antigo Testamento, descobrimos que Deus, quando Ele falou através dos profetas nos dias que se passaram, frequentemente revelava os pecados dos indivíduos. Este foi o caso quando Elias encontrou Acabe. Davi, quando ele foi encontrado pelo profeta, teve seus pecados revelados a ele. O dom de Deus é o original. A falsificação que o diabo utiliza no espiritualismo é meramente um fingimento, um artifício, uma imitação da coisa real. Se o pecado está debaixo do Sangue, você notará que isto nunca é mencionado. O Espírito Santo nunca invoca isto. Porém se existe um pecado não confessado na vida de uma pessoa – um pecado que aflige constantemente, ou alguma coisa que o impediria de ficar curado, isto será revelado. De certo modo, creio que meu ministério tem sido dado para preparar caminho para outros que estão vindo – que as pessoas possam saber, que quando elas virem para sua cura, que elas devem confessar seus pecados e ficar direitas com Deus, se elas desejam obter libertação.
Quando nosso Mestre encontrou a mulher no poço, Ele a pediu para dar-Lhe de beber. Então ele foi direto ao ponto, e disse-lhe para trazer seu marido, deste modo revelando uma situação que a estava impedindo de beber da Água que Ele havia oferecido a ela. Jesus disse: “As obras que Eu faço vós também as fareis” (João 14:12). E este ministério hoje nada mais é senão uma continuação das obras de Cristo através do Espírito Santo. Isto não tem nenhuma conecção com o espiritualismo. Estou certo de que você tem observado como os espiritualistas são condenados quando eles ficam dentro de nossas reuniões.
PERGUNTA:
Em vista dos grandes milagres de cura acontecendo sob o seu ministério, tais como a cura do antigo congressista Upshaw [William David Upshaw nasceu em 15/10/1866 perto de Atlanta, Georgia. Ele serviu no Congresso durante o final de 1910 e toda década de 20 e concorreu para o ofício de Presidente pela Proibição da Bebida em 1932. Aos 84 anos de idade, 66 anos depois de ter se tornado paraplégico, William Branham viu uma visão do congressista Upshaw caminhando. Ele foi instantaneamente curado e usou plenamente suas pernas o restante de sua vida. Pouco antes de sua morte aos 86 anos e meses antes desta entrevista, Upshaw publicou seu testemunho num tratado o qual ele enviou para cada membro do Senado, incluindo o Presidente Truman, Winston Churchill, rei George e Stalin – NT.] incapacitado de caminhar sozinho por 66 anos, acreditamos que a autenticidade do seu ministério não pode ser desafiada de forma bem sucedida. A questão que perguntaríamos é esta: observamos em vários casos que você declara uma cura de um indivíduo. Em vários de muitos casos, investigações posteriores provaram que a pessoa não recebeu sua cura [Algumas campanhas Branham realizadas anos atrás em Saskatchewan e Winnipeg no Canadá, foram alvo de muitas polêmicas onde foi constatada não somente a persistência de doenças em pessoas que receberam oração como também a morte de vários destes – NT.] No entanto, você diria, que por causa desta declaração que é feito que isto seria impossível para uma tal pessoa perder sua cura e ficar doente de novo?
IRMÃO BRANHAM:
Sim, é impossível que a pessoa pudesse perder sua cura e estar doente novamente, porque a cura Divina está completamente baseada sobre a fé. Por esta razão, se qualquer desacreditasse a Palavra de Deus que foi falada nas Escrituras, isto poderia motivá-los a cair de volta em suas enfermidades, ou em pecado.
Eu, por mim mesmo, seria secundário, porém a Palavra de Deus falada por um Dom através de mim seria a Palavra de Deus para o indivíduo. Mas, se aquela pessoa permitisse um pensamento supersticioso, ou permitisse o diabo colocar dúvida em seu coração, a Palavra de Deus seria de nenhum efeito para ela. Nem todas as pessoas enfermas que procuram por cura são curadas, exatamente como nem todos que vem para ficarem salvos são salvos. Às vezes eu vejo a morte em volta da pessoa. Porém mesmo quando a morte está próxima, a oração muda coisas.
Você se recorda da vez em que o rei Ezequias foi ordenado pelo profeta Isaías para colocar sua casa em ordem, porque ele estava para morrer? Porém o rei voltou suas costas para a parede e chorou amargamente, e pediu a Deus para deixá-lo viver. Deus ouviu o clamor, e enviou-lhe a Palavra da sua cura, e deste modo a mudança do programa.
Existe uma grande soma de ignorância quando isto chega à prática real das coisas concernente ao ministério do Espírito. Por exemplo, muitos supõem que se um milagre ocorre, Deus definitivamente o executará em cada caso. Porém existe o caso de Pedro, andando sobre a água – claramente um milagre; mas no momento em que sua fé hesitou, ele começou a afundar.
PERGUNTA:
Irmão Branham, você se lembraria de nos informar quais são os seus planos para os próximos seis meses? Estou certo de que muitos gostariam de saber.
IRMÃO BRANHAM:
Até o ponto que sei, estou para ter cinco noites, depois da reunião aqui em Shreveport, na cidade de Nova York na Arena St. Nicholas. Dali seguirei para África retornando no início do ano, Deus permitindo.
Depois estou dependendo do Espírito Santo para me guiar no futuro.
Alguns têm escrito para mim, perguntando se eu intencionava deixar o ministério porque eu tenho dito que eu não teria nenhum itinerário depois do começo do ano. Como Paulo de velho disse: “Ai de mim! – se não pregar o Evangelho”, ou deixar de executar as obrigações que Deus tem me dado para realizar aqui na terra. Muito pelo contrário, creio que Deus me concederá um ministério maior do que já tenho tido – alguma outra coisa que está além deste reavivamento presente. Minhas intenções são de ir para casa, ficar a sós com Deus e descobrir qual é o próximo movimento – não para abandonar o ministério. Sinto que o tempo do fim está próximo, e eu desejo descobrir qual é a vontade de Deus, e eu rogo para que Deus me revele isto, e também que a Igreja possa se tornar uma Igreja melhor e mais forte nas coisas espirituais do que alguma vez antes.
Tradução: Diógenes Dornelles = diogenes.dornelles@yahoo.com.br
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Em comemoração ao Centenário de William Marrion Branham